segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Brasil desenvolve alternativa mais confiável para detectar o autismo

Laís Fávaro
Jornalismo em Posts








Atualmente no mundo, não há nenhum exame específico para detectar o autismo, o diagnóstico é clínico e com base na observação de sinais, desta forma o Brasil vem desenvolvendo um método para detectar autismo em crianças por meio de exame de imagem.

Os pesquisadores do Instituto Fernandes Figueira, da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), utilizam o eletroencefalograma computadorizado para fazer uma varredura cerebral. O exame amplia e mede as correntes eletromagnéticas no cérebro em diversas frequências e permite verificar as ligações entre os grupos de neurônios. As imagens obtidas com o mapeamento são comparadas com as do cérebro de uma criança sem o problema.

O método promete ser uma alternativa mais confiável aos testes de laboratório hoje usados para identificar a doença e a previsão é que o exame esteja pronto em até cinco anos.

O autismo é um transtorno invasivo do desenvolvimento, que compromete o crescimento normal de uma criança em três áreas específicas: interação social, comunicação e o comportamento. Manifesta-se antes dos três anos de idade, com predomínio maior em indivíduos do sexo masculino, explica a pedagoga Rosilene Siqueira Vigato.

“É importante que o diagnóstico seja precoce, pois, quanto antes entrar em tratamento, com o apoio de uma equipe multidisciplinar, e com a participação familiar, a evolução e o prognóstico serão melhores.”, afirma a pedagoga.

Em geral, o tratamento é realizado por uma equipe multidisciplinar: pedagogia, psicologia, psiquiatria, fonoaudiologia, terapia ocupacional, educação física, musicoterapia, entre outros. São pessoas especializadas na elaboração de uma programação pedagógica para selecionar e priorizar itens que sejam funcionais e que tenham aplicabilidade prática na vida do individuo.

Na maioria das vezes, a reação dos familiares ao saber que seu filho é um autista está carregada de emoções das mais variadas: susto, medo, tristeza, desesperança, falta de perspectivas futuras e imediatas, desilusão. Portanto, para cada etapa do impacto deste diagnóstico observa a necessidade constante de um acompanhamento junto às famílias com enfoques por vezes diferentes.

“Tudo aquilo que planejamos foi por água abaixo. Me senti um nada diante de tanta coisa, mas encarei de frente e continuei a ter mais informações, tudo era tão novo na minha cabeça. Foi difícil aceitar, mas tudo depende da visão que temos. Descobri que o Lincoln era um autista aos 3 anos, depois que ele teve uma convulsão febril. Após isso, fui procurar ajuda médica e atendimento em escolas.” relata Rosaria Kikue Tezuka, mãe de Lincoln.

“Das famílias que venho acompanhando, a maior parte é constituída de pais separados. A mãe fica com a guarda, sendo a única responsável pelo filho. Mesmo os pais que permanecem casados, a mãe geralmente abre mão de sua vida profissional para dedicar-se exclusivamente ao filho.” revela à psicóloga Sara Teixeira Morales.

Segundo o médico psiquiatra Fernando Zezza, para esse tipo de transtorno orienta-se as seguintes intervenções: medicamentos que agem sobre o psiquismo e instituições educacionais especializadas, que darão o acompanhamento necessário para as famílias


ADACAMP – Associação para o Desenvolvimento dos Autistas em Campinas.
A ADACAMP foi fundada por um grupo de pais em maio de 1989, que não encontravam atendimento especializado para seus filhos com autismo. É uma instituição assistencial, filantrópica e sem fins lucrativos.

Rua Padre Francisco de Abreu Sampaio, 349Parque Itália – Campinas/SP – CEP 13036-140Telefone/Fax: (19) 3272-7889 - Telefone: (19) 3272-9179E-mails: adacamp@feac.org.br

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