terça-feira, 17 de novembro de 2009

Valinhos realiza campanha contra violência doméstica

Maria Lúcia Barquilha
Do Jornalismo em Posts


O Conselho Municipal dos Direitos da Mulher (CMDM) de Valinhos realiza até o dia 5 de dezembro a Campanha de Prevenção à Violência Doméstica e Familiar. As ações tiveram início no dia 11 e englobam palestras preventivas, oficinas terapêuticas e exames gratuitos de saúde.

De acordo com a presidente do CMDM, Sueli Maróstica Mamprim, o objetivo da Campanha é levar a informação a todas as regiões da cidade, justamente para evitar que futuros atos de violência sejam registrados. “Este ano teremos ações ocorrendo em vários locais distribuídos pelos bairros para descentralizar o atendimento e facilitar a participação da população. A informação é a principal forma de prevenção nesses casos.”

Programação

As atividades são gratuitas e abertas para qualquer interessado. A próxima atividade acontece dia 18, às 14h no CRAS (Centros de Referência da Assistência Social) Santa Cruz com a palestra “Vivências. Faça sua estrela brilhar” ministrada pela psicóloga e terapeuta floral, Egle Filiacci. As demais oficinas estão programadas para os dias 25 e 2 de dezembro, e podem ser conferidas através dos telefones 3871 4589 ou 3859 9191.

Para o encerramento da Campanha, no dia 5, serão realizados exames gratuitos de HIV e doenças sexualmente transmissíveis no Largo São Sebastião, no horário das 10h às 16h. Os interessados devem levar o cartão do SUS.



Mulheres ainda tem medo de denunciar


Em Valinhos, os dados oficiais apontam apenas dois casos de violência contra a mulher por ano, entretanto, existe uma grande dificuldade em obter e confirmar esta estatística pois muitas mulheres não denunciam ou registram queixa fora da Delegacia da Mulher. “Em alguns casos, ao registrar o BO, a ocorrência é classificada como qualquer outro tipo de violência, não especifica contra a mulher, e isso dificulta a apuração” afirma Sueli.


Outro problema é o medo que ainda responde pelo silêncio da maioria das vítimas. “Com a lei Maria da Penha, a violência doméstica, seja ela física, moral ou psicológica, tornou-se crime, e pode acarretar a prisão do agressor. O que ocorre é que muitas vítimas não querem que o companheiro, por exemplo, seja preso, isso tanto por razões afetivas quanto por razões de sobrevivência econômica” afirma a advogada e vice-presidente do CMDM, Maria Elvira Scapucin.

Perfil


De acordo com Sueli, a violência é um ciclo e as vítimas não tem um perfil específico. “São mulheres brancas, negras, jovens, mais velhas, desempregadas ou não, enfim, é um fenômeno que atinge todo tipo de mulher.”

As causas também esbarram na mesma dificuldade de classificação. “Não podemos dizer, por exemplo, que a causa da violência é o alcoolismo ou a dependência química; existem vários outros fatores que podem levar à isso” explica a Conselheira do CMDM e Presidente da Comissão da Mulher Advogada da OAB Valinhos, Mariza Lourenço.

As conseqüências, porém, são claras e bem delimitadas, como a perda da estima feminina e a formação de jovens que tendem a repetir o mesmo comportamento agressivo no futuro. “A violência se aprende. Filhos aprendem a ser violentos com seus pais e filhas aprendem a ser vitimizadas como suas próprias mães. Trata-se de um ciclo vicioso que infelizmente encontra um campo fértil para seu desenvolvimento” afirma Mariza.

Entenda melhor o ciclo da violência



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