segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Acordo com indústria alimentícia vai extinguir gordura trans dos alimentos

Raphaela Ribeiro
Do Jornalismo em Post

Um acordo fechado entre o Ministério da Saúde e a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia), estabelece que, até 2010, os alimentos industrializados no Brasil deverão estar livres da gordura trans.

Considerada uma das maiores “vilãs” para saúde, a gordura trans está presente em quase todos os alimentos industrializados. Essa gordura é o resultado da hidrogenação de qualquer óleo vegetal, ou seja, é um tipo específico de gordura formada por um processo de hidrogenação natural ou industrial.

O cardiologista, Celso Luiz Bueno Braga, explica que mesmo sendo consumida em pequena quantidade, a gordura trans pode afetar o organismo, já o seu excesso, pode acarretar graves complicações à saúde. “A gordura trans age como a gordura saturada ao elevar o nível do LDL (ou “colesterol ruim”) que circula no sangue, isso faz com que os níveis de absorção da proteína de alta densidade HDL (ou “colesterol bom”) sejam diminuídos, e este é responsável pela remoção de LDL do sangue ”, completa Braga.

Sobre as doenças que este tipo de gordura pode causar, Braga comenta que todas estão associadas ao surgimento de uma placa de gordura no interior de veias e artérias, “um ateroma pode provocar um infarto ou um derrame cerebral, fora doenças relacionadas à circulação”.

Desde agosto de 2006, a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) exige que todos os produtos industrializados exibam nos rótulos a quantidade de gordura trans que o alimento contém. Porém, o estudante de Propaganda e Publicidade, Diego Augusto Santana dos Santos, 22 anos, diz que essa proposta da ANVISA não é 100% confiável, “realizei um estudo na faculdade para uma disciplina chamada Estudos do Consumidor, e descobri que as batatas fritas e o pão de forma necessariamente precisam de gordura trans para manter o formato e a "crocância", mas nas embalagens de ambas está 0% de gordura trans”, comenta.

Para Braga, de fato não existe uma confiança no que as embalagens nos mostram, “a gordura trans é muito utilizada em produtos industrializados para aumentar a validade, e ela está presente na maioria das margarinas e alimentos preparados com este ingrediente, como sorvete, salgadinho de pacote, bolos industrializados, etc. Hoje a única margarina mais efetiva e com o selo de qualificação da FUNCOR (Fundação do Coração) é a Becel PRO-ACTIVE”, esclarece.

Não há limites seguros para a ingestão de gordura trans, mas por recomendação da Organização Mundial da Saúde, o ideal é que não passe de 2g por dia.




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