domingo, 4 de outubro de 2009

Inadimplência cresce na RMC, mas Acic aposta em melhora nos próximos meses


Udo Fiorini
Do jornalismo em posts

A economia brasileira vem apresentando sinais de melhora e, para muitos, a crise já é coisa do passado, mas a inadimplência está crescendo nos últimos meses na Região Metropolitana de Campinas (RMC). Conforme o último boletim Avaliação Econômica de Campinas, editado mensalmente pelo departamento de economia da Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic), as vendas cresceram no mês de agosto em 5,05%, quando comparadas com o mesmo mês do ano passado, mas a inadimplência, entretanto, subiu 23,61% no mesmo período. Apesar do dado negativo, a avaliação dos especialistas é de que trata-se de um momento de reajuste nas contas dos consumidores e que haverá redução nesse índice.

Laerte Martins, gerente do Departamento de Economia da Acic, explica que normalmente a inadimplência não aumenta junto com a economia. Na verdade, acontece o contrário. Se há mais dinheiro circulando, as pessoas tendem a pagar suas obrigações. “Mas atualmente estamos vindo de uma crise baseada na iliquidez, ou seja, faltou dinheiro no mercado”, explica. O ano de 2008 foi excelente do ponto de vista de vendas, e as pessoas aproveitaram para ir às compras. Mas a crise estourou em setembro do ano passado e pegou os consumidores no contrapé, com a economia em queda e muitas contas para pagar.

“As pessoas físicas que compram a prazo, com pagamentos em carnês mensais, estão se endividando menos. Caiu o numero de compras, e os consumidores estão procurando regularizar suas contas atrasadas. O endividamento recuou, mas aumentou a inadimplência”. A expectativa do gerente da Acic é de que os números de inadimplência sejam menores nos próximos meses, com a chegada do fim de ano, tradicionalmente a melhor fase do comércio.

O professor de Economia da PUC Campinas José Alex Rego Soares explica que no Brasil o fenômeno é característico. As famílias se endividam para consumir e, por causa da renda baixa, têm pouca margem de manobra quando há problemas na economia do país. Diferentemente das economias européias, japonesa ou americana, em que a renda per capita é muito maior. Na opinião do professor, o fato de o Brasil ter sido escolhido como sede da Copa do Mundo e das Olimpíadas devem injetar uma quantidade de recursos de investimento e mudar o ciclo de crescimento

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