Vila pompéia realiza as quintas-feiras a feira livre

Débora Palermo

Jornalismo em posts

A feira livre do bairro Vila Pompéia, mantém a tradição de mais de 40 anos de comércio na cidade, acontece todas as quintas-feiras das 06h00 as 12h00. São diversas barracas de legumes, frutas, peixes, pastéis, roupas, variedades e CDs.

Uma característica dos feirantes é a tradição familiar, profissão passada de pai para filho, exemplo é do pasteleiro Vitório Uehara, 43 anos, que há 23 anos trabalha todas quintas na feira. “Sou filho de feirante e minha filha também, todos os dias acordamos cedo e preparamos os pastéis para vender na feira, é muito cansativo, mas bem compensador”, diz Uehara que tem esperança que a filha, Bruna Uehara, de 19 anos, continue seu serviço na barraca. A rotina dos feirantes é pesada, acordam de madrugada e preparam os produtos a serem vendidos, seu dia de descanso é a segunda-feira.

Com a chegada de dois supermercados na região, a feira perdeu clientes. Eles vendem produtos mais baratos, todos os dias da semana e em horários variados. A mulher moderna de hoje trabalha, e os horários facilitados auxilia na escolha do comercio para suas compras. Na década de 90 a feira era composta por mais de 20 barracas, hoje conta apenas com 9. Segundo a cliente e moradora do bairro Rosa Kazue, 65 anos a vantagem de comprar na feira é a possibilidade de negociar os produtos direto com o vendedor, ter o conhecimento da procedência do produto, e saber que são de qualidade. “Apesar da feira estar cada vez menor, eu ainda venho toda quinta para comprar frutas e legumes e comer pastel”. Afirma Rosa. Uma das barracas mais tradicionais e a de variedades do Sr. Carlos do Amaral, 59 anos, feirante a 38 anos da Vila Pompéia. “Criei a minha família sendo feirante, e todo o esforço que fiz, vale cada dia mais a pena, mesmo caindo a clientela, sei que sempre terei clientes fiés” diz Amaral.

Com a queda do movimento na feira o feirante de hortaliças José Ogusko, 60 anos, mudou para a feira realizada as terças-feiras no bairro Bonfim. “Tive que mudar de localidade, pois caiu muito o movimento e fez com que eu quase desistisse das feiras”. Com a criatividade, alguns feirantes criam maneiras para atrair mais cliente, como fez Ogusko, além de musica ambiente, ele oferece cafezinho e um rapaz que acompanha e leva as sacolas das clientes até suas casas, e tudo isso de graça. Campinas hoje conta com 88 feiras que são realizadas de terça a domingo.