sábado, 24 de outubro de 2009

Hipertensão de campineiros faz vereador criar projeto de lei

Por Eduardo Guidini
Do jornalismo em posts
Foi aprovado, em segunda discussão, na Câmara Municipal de Campinas, o projeto de lei do vereador Cidão Santos (PPS), que propõe que qualquer estabelecimento que ofereça comida ao público deve ter em seu cardápio duas opções de pratos quentes sem a adição de sal. Tal proposta foi feita pelo problema da hipertensão, ou pressão alta, que atinge cada vez mais pessoas em todo o mundo.

“Alguns cidadãos campineiros que têm hipertensão vieram conversar comigo e falaram que têm problema quando saem pra almoçar ou jantar. Pediram que eu fizesse alguma coisa por eles. Foi aí, então, que nós conversamos com alguns proprietários de restaurantes de Campinas e falamos da proposta. A maioria achou interessante e disse que talvez o número de clientes até aumente com isso” disse o vereador.
Giovanni Batista da Silva é dono de um restaurante em uma movimentada Avenida de Campinas. Ele acha que o projeto é bom se o restaurante oferecer as opções no cardápio, no qual a pessoa escolhe o que quer comer e pede para ser feito. Entretanto, se o restaurante oferecer somente a opção self service ficará complicado cumprir a lei. “Quando o cliente pede do cardápio a gente faz o que ele quiser, se quiser sem sal a gente faz. No self service é complicado fazer a comida sem tempero, sem sal”.

O projeto prevê que os restaurantes que oferecem a refeição no self service terão que se adequar, ou seja, será prevista a quantia de sal que poderá ser colocada na comida oferecida ao cliente. Para alguns restaurantes, a aprovação da lei não assusta. “No nosso caso não mudaria nada. A gente trabalha com um tipo de comida segmentada, chinesa e japonesa. Temos cardápio e self service. Nosso self service tem comida sem sal, então já estaríamos dentro da lei” diz Igor Martins, gerente de um restaurante especializado em comida oriental.

Para quem tem mais interesse no assunto, a obrigação do estabelecimento em oferecer a opção para a pessoa hipertensa é algo muito bom. É o caso de Alayde Duarte de Almeida Balista, 79 anos, que passou a conviver com o problema da pressão alta há seis anos. Agora, tem que tomar remédios para controlar o nervosismo e comer uma quantia controlada de sal. “O médico disse que o sal é a pior das coisas pra agravar a hipertensão. Tem que ser tudo controlado”.

Para ela a aprovação desse projeto de lei daria a opção da pessoa que tem hipertensão poder sair para comer. “Eu saio pra comer, mas é um pouco complicado. O sal às vezes é usado em excesso. Quem tem hipertensão tem que ficar mais com as opções de salada, o que geralmente não te satisfaz muito” finaliza. O projeto precisa agora da assinatura do prefeito para virar lei.

Vereador Cidão criou o projeto de lei por causa de pessoas hipertensas como dona Alayde.

Assinado pelo prefeito, o projeto virará lei e obrigará qualquer estabelecimento de Campinas a oferecer ao menos dois pratos quentes de seu cardápio sem a adição de sal. Se o restaurante oferecer a opção self service, como mostra a foto, a obrigação será do estabelecimento saber a quantia que pode pôr nos pratos.




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