segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Profissão: Cuidador de Idosos

Por Thalita Gallucci


Até 1960 o Brasil era um país de jovens e crianças, no entanto eles envelheceram, já que ao longo dos anos houve uma crescente melhora nas políticas públicas de saúde, além do acesso à oportunidade que trouxe um aumento na expectativa de vida.
Hoje o país tem uma parcela considerável de idosos na sua população, em 2000 segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) o número deles em relação às crianças dobrou em comparação com a década de 80. Em 2007 eram quase 15 milhões de pessoas que tinha 60 anos ou mais, representando 8,6% da população total, principalmente nas cidades. Assim consequentemente há a necessidade de uma demanda de profissionais que necessariamente estejam habilitados para atender esse público.
Segundo Mirim Coelho de Souza, superintendente do Nutricento da Unimep, e coordenadora do Curso de Cuidadores de Idosos, a partir de 2015 com o aumento da prosperidade da saúde pública e as melhores condições de qualidade de vida, a média da expectativa que é de 72 anos, irá, até 2030, chegar nos 80 anos.
O curso de Cuidadores de Idosos, que é um projeto de extensão da faculdade de Nutrição da Universidade Metodista de Piracicaba, e começou em um bairro carente da cidade para desenvolver uma profissão aos desempregados daquela comunidade, hoje, faz parte do calendário de atividades anuais do Nutricentro de Piracicaba e, a partir dos dados citados e da realidade dessa necessidade, tem como objetivo preparar o profissional para os cuidados básicos do dia-a-dia de um Idoso.
A coordenadora afirma que cada vez mais o membro mais velho da família vem perdendo espaço dentro da casa, seus familiares de uma maneira geral acabam por não ter tempo para acompanhar o dia do idoso. Também há o fator cultural, já que em outros países como Índia e Japão há uma grande valorização dos mais velhos, o que não ocorre por aqui.
Um idoso não necessita apenas de casa limpa e roupa lavada, “há todo um cuidado especial para entender e acompanhar esta pessoa, como saber por exemplo o porque de uma alimentação diferenciada, a melhor maneira de tomar remédios e a lembranças dos horários de faze-lo, também saber conversar e ter um relacionamento saudável com ele a com a família, além de oferecer estrutura psicológica quando o paciente que apresenta Mal de Alzaimher, tão presente nos lares hoje em dia, é justamente isso que o curso oferece” diz Miriam.
Esta é a importância e o diferencial do curso, já que as aulas são ministradas por profissionais das mais variadas áreas, são eles: nutricionistas, médicos, enfermeiros, psicólogos, farmacêuticos, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, gastrônomos, dentistas, e também um bacharel em direito que ministra as aulas sobre o estatuto do idoso. Todos são voluntários, que acreditam na importância do curso como uma grande utilidade pública além do desenvolvimento do seu papel social, que deve estar presente em toda profissão.
Para Djanira de Fátima Palmieri, cuidadora de idosos há dez anos, a vinda ao curso é para realmente aprimorar e reciclar seus conhecimentos, também a importância de receber o certificado de conclusão do curso, muito importante para quem já está no mercado, já que ela trabalha hoje em uma clinica bem conceituada na cidade.
Segundo Célia Regina de Camargo, também cuidadora que também trabalha em uma clinica, a profissão começou nos cuidados com sogro e sogra, e o curso é uma maneira de aprender mais.
No entanto, as cuidadoras enfatizam ao afirmar que ter amor ao idoso e na profissão é essencial para ser bem sucedido na área, já que sem isso não há técnica e nem informação que ajude, “há um vinculo de carinho, segurança, respeito e cumplicidade, em que o cuidador precisa sempre ser criativo para não tornar o cuidado apenas uma rotina” afirma Djanira.
O curso está sendo realizado até o dia 10 de novembro, com aulas de terças e quartas, tem inicio às 16 e vai até as 18 horas no Nutricentro, localizado na Rua do Rosário, 1260 Centro em Piracicaba.

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